Ações comunitárias em Embu das Artes

A fim de superar dificuldades, voluntários se reorganizam para manter atividades sociais

Por Isabelly de Lima e Isabella Rocha.

Junto de associações, os moradores de Embu das Artes se organizam em ações sociais para atender às necessidades das comunidades. Após um ano de pandemia, grupos, como o time de futebol Nossa Cara e o Projeto Sócio Educativo Moraes, reinventam-se para adaptar as atividades em meio às medidas de restrições no primeiro semestre deste ano. 

“Quem mais faz caridade é quem menos tem”, afirma Erick Martins, um dos diretores do time Nossa Cara.

O grupo, que antes da pandemia realizava grandes ações, como o evento “Festas das Crianças”, que incluía mais de 500 crianças da comunidade, agora promove a arrecadação de alimentos, preparação de marmitas e entrega cestas básicas na região.

Durante as arrecadações, o time encontra diversas realidades, como aquelas de famílias que inicialmente pedem doações, mas que carecem de outras assistências, conforme relatam as diretoras Talita Beatriz e Stefany Correa. Com o lema “Nossa Cara é matar a fome”, o projeto mobiliza diversas iniciativas, como a troca de álcool gel e máscaras por alimentos e a distribuição de marmitas. 

Antes do isolamento social, o Projeto Sócio Educativo Moraes promovia diversas ações comunitárias, como o contraturno escolar, espaço sociocultural e educativo oferecido a crianças e adolescentes no pós-aula. Em razão da pandemia, o grupo vem tentando, desde março do ano passado, realizar essas atividades de forma virtual, mas encontram dificuldades pela falta de recursos dos moradores. 

Aos poucos, as atividades presenciais de recreação com as crianças têm retornado. Em maio deste ano, o grupo promoveu uma atividade do dia das mães. O presidente do projeto, Biro, comenta que os pais se preocupam com o tempo ocioso das crianças e adolescentes, e temem pelo seu envolvimento com o tráfico.

“A questão do alimento é o que tá pesando muito agora”, relata Biro ao comentar sobre as diferenças das atividades no período pandêmico.

Junto da Associação Comitiva Esperança, eles se organizaram em uma ação “porta a porta” nos bairros a fim de arrecadar alimentos para famílias carentes. No ano passado, o grupo doou mais de 10 mil cestas básicas. 

Os projetos contam com a colaboração da população que, por meio de doações e da divulgação, movimentam as atividades e unem esforços para suprir as necessidades dos moradores do bairro. Renato Pinto, diretor do Nossa Cara, afirma que “tem um time que luta por algo melhor no bairro”, pois as iniciativas não dispõem de apoio político, evidenciando o senso comunitário dos embuenses. 

A segunda vereadora mais votada na última eleição municipal, Rosângela Santos (PT), comenta que “as associações junto com os moradores fazem a diferença nas cidades”. Ela esclarece que essas entidades conhecem a realidade de cada morador e lutam pela melhoria das condições das famílias do município.

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